top of page

 

Vladivostok, Rússia, 07 de agosto de 2013

 

 

 

             Chegamos em VLADIVOSTOK após 10 horas de trem, saindo de KHABAROVSK.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(fizemos o traçado em vermelho, mas começamos em St Petersburg, um pouco mais atrás; em Ulan-Ude, fomos para a Mongólia, Ulan-Bator e depois voltamos para os trilhos, seguindo para Vladivostok - os outros traçados também fazem parte do circuito mas vão ficar para uma próxima vez)

 

 

             Como diz meu cunhado Júnior de Recife: “já conquistei muito essa cidade… no WAR, hehehe.”

            Chegamos finalmente aos 9.288 km de distância de Moscou, através da ferrovia TRANSIBERIANA, a clássica, que liga estas duas cidades separadas por 7 fusos horários. 

 

         Aqui foi onde nasceu o ator de cinema Yul Brynner, “carecão” famoso de Holywood, falecido em 1985; eu me lembro do seriado “O Rei e eu”, que assistia quando moleque. Velhos tempos… e agora estamos na cidade natal do cara!

             Para um lugar que ficou fechado ao mundo de 1958 a 1992, Vladivostok está muito bem, obrigado! 

             Com seus 610.000 habitantes também tem a maior ponte estaiada do mundo, que ligando continente/cidade às

Ilhas Russky (3.100 metros de ponte, com um vão livre de 1.104 metros).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

             VLADVOSTOK também é um famoso porto russo, casa da Frota Militar do Pacífico que ali está “ancorada”, pronta para entrar em ação – é legal passar de ônibus ao largo e ver os submarinos no porto militar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

       (Pedrinho treinando pra usar farda, pode?)

 

 

           Ficamos  no hotel SUNRISE, bem legal, estilo “apart hotel”, com quarto/cozinha/ banheiro, localizado no coracão  de VLAD.  Mas este hotel só tinha vaga para 5 dias depois de desembarcarmos na cidade e acabamos indo parar primeiro no VARIANT, do outro lado da ponte, simples, barato e legalzinho – o único inconveniente é a distância do centro (onde “tudo acontece”) - tem que pegar um busão e encarar de 20 a 40 minutos para descer na “muvuca”, na parte bonita de VLAD.

 

         O trajeto em si já é legal: vc vai observando os russos na sua rotina, indo e voltando de seus compromissos, subindo e descendo do ônibus e a paisagem urbana se descortinando janela afora.

 

           Aproveitamos os 5 primeiros dias para tentar conseguir o visto para o Japão, nosso próximo destino – tentei no consulado, mas a funcionária me informou que nós deveríamos ser “quase cidadãos russos”, ou seja, deveríamos estar morando na cidade ou coisa parecida. 

 

         Tentamos então contratar os serviços de uma agência de turismo, mas depois de pagarmos 2.000 rublos por pessoa (185 dólares) e entrarmos com toda a papelada, nosso visto foi negado, pois estávamos somente “de passagem” pela Rússia!  E os japinhas não devolveram os USD não! Pagamos quase 200 dólares por 5 folhas que preenchi e um carimbo de algum burocrata lá de dentro, dizendo que éramos “persona non grata” na terra do sol nascente – pra mim, fomos mesmo é roubados pela primeira vez na viagem.

 

           Alguns países tem esta política: vistos para entrar somente é dado na terra natal do turista – a não ser que ele resida há algum tempo ali onde ele está requerendo o visto . Mas imaginamos que se vc paga e entra com a papelada, é para que seu caso seja analisado – e se já sabiam disto, por que aceitaram a papelada e os dólares? Olhos puxados mas “bem abertos”, na minha opinião…

 

             Passada a raiva/decepção, apontamos nossa artilharia para outro tigre asiático: a Coreia (agora sem o acento) do Sul.  E o legal é que lá não precisa de visto, podendo ficar uns 90 dias na terra da Samsung e da Hyundai/Kia.

 

           Compramos a passagem pela AEROFLOT, no seu site russo/inglês, muito fácil de usar, e com o cartão de crédito internacional da MASTERCARD. Daí,  ficamos esperando o último dia em terras russas, aqui mesmo – dia 7 de agosto completaríamos os 90 dias autorizados. E “usamos” todos eles!

 

DICA: o que tem pra fazer por aqui, em VLAD? Olhe os sites abaixo e se divirta:

-http://www.lonelyplanet.com/russia/russian-far-east/vladivostok

-http://wikitravel.org/en/Vladivostok

-http://en.wikipedia.org/wiki/Vladivostok

-http://pt.wikipedia.org/wiki/Vladivostok

 

             Caso queira aproveitar nossa passada por aqui, pode seguir um roteirinho básico que fizemos como dica.

 

          Começamos   “por cima”    , indo na direção da ponte Golden Horn Brigdge, que é autorizada a travessia por pedestres – ela é aquela que liga o centro, (zona norte), com a zona sul (periferia da cidade). 

 

            De lá,  atravessamos a ponte, siguimos para o mirante, na parte alta da cidade, de onde tiramos uma boa foto e observamos a ponte “estaiada” de um ângulo melhor.  Ali encontramos as estátuas dos santos Cirilo e Metódius – inventores do alfabeto cirílico, além de uma boa lojinha de “souvenirs” russos.

 

Obs.: peça para um russo pronunciar o nome dos santos e vc vai ficar rindo quando ele falar “exatamente” MIFÓDI, para o segundo santo...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

          Depois, decemos caminhando , até o  “funicular”, famoso trem/escalator (um vagão vermelho e outro azul) que sobe e desce o morro, estilo bondinho que corre nos trilhos, no chão – pois a cidade está numa montanha que tem no seu sopé, o mar (o porto).

 

       É um sobe-e-desce danado! Caso esteja no período de férias, o bonde vai tá parado – é usado mais pelos estudantes das faculdades dali de perto.

 

             Do fim do funicular, vc já estará pertinho da rua mais famosa da cidade. 

 

             Andamos nessa rua até o final,  chegando no calçadão da cidade, ao lado do rio.

 

             Por fim, um lugar excelente para almoçar/jantar é no shopping center (mall) CLEVER HOUSE, no último andar, no restaurante que é decorado com as “matrioscas” russas – no andar de baixo tem um playground pra criançada (pago) – Pedro adorou! 

 

             Neste mesmo shopping tem um supermecado 24h no subsolo, excelente! 

 

          

         Cuidado com as máquinas ATM do shopping: uma delas engoliu nosso cartão VTM no ultimo dia, antes de ir emboar e tivemos que cancelar ele.

 

     

           O improvável aconteceu: encontramos um casal de brasileiros (gaúchos) no hotel SUNRISE, que iam começar a fazer a transiberiana por aqueles dias. Sônia e Renato, um verdadeiro casal 20 – por sinal, eles tem um blog na internet, contando suas aventuras pelo mundo:

http://mausnatransiberiana2013.wordpress.com/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(Sônia e Renato Maus, nossos novos amigos gaúchos!)

 

          Ficamos apenas dois dias juntos mas foi suficiente para descobrirmos que são duas pessoas geniais – e estão convidados também pra fazer turismo em Taubaté quando voltarmos.

 Enquanto escrevemos estas linhas, eles estão dentro do trem, no meio da viagem, acredito, na direção de Moscou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

             Pois é… a Rússia está acabando para a Família de Mochila. 

             Aproveitamos todos os 90 dias a nossa disposição – eu voltaria de trem para Moscou em mais 3 meses mas Emili pediria o divórcio – ela quer conhecer novos destinos.  “Chega de trens russos!”, disse ela. Mas sabemos que deixamos muitos lugares por conhecer, a Rússia é imensa, dois “Brasis” dentro dela e 7 fusos horários – é a segunda maior extensão de trilhos para trens do mundo dentro de um país (a primeira são os EUA) e tem a ferrovia mais longa do planeta que liga dois destinos.

 

            Uma coisa é certa:       o país definitivamente não está preparado para turistas, o que de certa forma, acho isso muito bom! 

 

            É um território fértil para ser explorado, para sentir o “gostinho” de se  aventurar, de encarar o “desconhecido”:  o romantismo do inusitado, o “frio na barriga” ao se enfiar por lugares (às vezes hostis) que ficaram blindados/fechados para o mundo por tanto tempo, o prazer de poder se misturar com a população onde ninguém fala o internacional inglês muito menos a sua língua, o que resulta em pequenos desafios diários até mesmo para ir comer algo na esquina, onde vc tem que ter um jogo de cintura imenso para cativar as pessoas ao seu redor e conseguir arrancar um sorriso e também onde vc tem que praticar, num exercício quase diário, a “extrema” paciência para lidar com tudo e todos, principalmente com o disfarçado mau humor (ou seria uma auto–defesa?) dos russos e suas comidas de gosto “exótico” (pelo menos pra nós) – tudo isto  são “provações” pelas quais normalmente não passamos em países onde o turismo é encarado como um verdadeiro “negócio” capitalista - onde vc tem que apenas “se divertir e abrir a carteira no final das contas”. 

 

            A Rússia, por enquanto, ainda é muito mais do que isto, e espero que continue assim por um bom tempo, pelo menos até o Pedrinho, hoje com 6 aninhos, retornar a estes trilhos, já mais velho, podendo encontrar ainda esta ferrovia que corta a Sibéria de ponta a ponta, “virgem” como ela está hoje - e não muito diferente da que ele descobriu com seus pais em 2013. 

 

             Boa sorte, Pedrinho! A viagem foi pensando em você e pra você, carinha.

 

             Abraços da família de mochila!

             FDM

 

 

 

Vladivostok, Rússia -  O fim da Transiberiana!

(156º ao 166º dia viajando)

Comentários:

Mais fotos:

bottom of page