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Tamandaré, PE, 8 de março de 2013


         Hoje estamos numa praia que fica a  100 km de Recife: Tamandaré.

         Alugamos uma casinha a poucos metros da areia da praia – barulho ali somente das ondas de noite...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DICA: Antes de começarmos a viajar, sentamos na cadeira do dentista para dar uma “geral” na boca e prevenir problemas futuros. Sempre imaginei uma dor de dente no meio do deserto de Gobi, em 2001, quando acampava naquele areal com um Coronel israelense aposentado e uma nativa – o segredo é manter sua escova de dentes e fio o dental sempre por perto!


 
DICA: Um Oftalmo=lentes novas para Emili e um par de óculos para mim (tive que me render a eles para ler de perto, depois dos 40...). Levo um reserva num “case” bem rígido dentro da mochila, pra não quebrar, apesar deles serem vendidos internacionalmente em farmácias.


 
         Pois agora estamos nesta pacata cidade do litoral de Pernambuco com seus 20.000 hab, chamada Tamandaré. É histórica e nasceu como “praia selvagem/vila” no século 16 quando o litoral ainda era povoado por índios (alguns eram canibais, do tipo dos que comeram o Bispo português Sardinha, aqui pertinho, em Alagoas). É também daquela época a origem do nome da cidade: índios Tupis acreditavam no “Tamoindaré”, que era uma espécie de pajé que repovoou o mundo após chuvas intensas, onde flutuou dentro de um barco com sua família até o aguaceiro parar (Noé da Bíblia? coincidência...).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

             

 

           

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

               

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os dois pontos turísticos da cidade são:


1) as “ruínas” da Igreja de São José das Botas, construída no final do século XVIII (mil, setecentos  e alguma coisa), porém, somente em 1999, tombada pela FUNDARPE (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco). Tentei entrar na terreno mas o seu “guardião”, um tal de Lula (um senhor que mora no terreno que é da família proprietária do mesmo, família Acioly), não deixou, dizendo que nossos trajes não estavam “de acordo”- sunga e camiseta – mas será que ele queria jeans e sapato na beira da praia?! E reclamou tanto da política do município, dos corruptos, da vida, da depredação da igreja, de tudo, (um sujeito de mal com a vida), que tive que deixá-lo sem me despedir. Mas fotografei o que ainda está de pé da igrejinha, do lado de fora mesmo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2) as “ruínas” do Forte de Tamandaré (ou Forte de Santo Inácio de Loyola); este é um pouco mais velhinho que a Igreja de São José das Botas. Foi construído em 1630. Naquela época, o Brasil mal havia sido descoberto e o forte era apenas uma pequena fortaleza, chamada de Santa Cruz, utilizada para proteger o litoral e servir de porto seguro para os navios portugueses, que eram frequentemente saqueados por piratas. Mais tarde, em 1691, após uma reforma, virou um verdadeiro forte, que está de pé até hoje – quer dizer, o que sobra dele a cada ano... 321 anos resistindo aos fortes ventos, sol e chuva do litoral nordestino e principalmente ao descaso das autoridades com o nosso patrimônio histórico/cultural – insistindo com a Marinha, Exército e prefeitura de Tamandaré em manter suas pedras, canhões, vigas e tijolos artesanais debaixo daqueles coqueiros  -  e digo de novo: após mais de 300 anos! E o governo atual tentando padronizar a alfabetização de nossas crianças a partir dos 8 anos – “massa de manobra”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

         O Forte está em ruínas - de verdade mesmo; um patrimônio histórico-cultural do Brasil, esquecido e maltratado pelo homem e pelas intempéries - e enquanto isto, no Congresso Nacional...

 

         Dentro do forte, existe uma capela, em homenagem ao Santo Inácio de Loyola, (cada forte tinha o seu padroeiro protetor) – fundador da Ordem Jesuíta Companhia de Jesus; a capela, apesar de ter sido construída em 1780, está um pouquinho mais conservada (graças aos devotos do santo).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

               

 

               

 

 

 

 

 

 

          Está chegando o dia 26 de março, quando partiremos para EUA, continuando a viagem. Até lá, mandamos notícias de como estamos sobrevivendo com nossas mochilas.

         Na terra do Tio Sam vamos “fechar” o que falta de material para encher as mochilas.


         Abraços da Família de Mochila!

         FDM

Rua da frente da casa, com proibição de barulho nos congestionamentos de siris (maria-farinha): autorizado apenas barulho de onda quebrando nos arrecifes!

familia de mochila Tamandare
praia tamandare

            Como alguns se lembram, também existiu um nome TAMANDARÉ nos livros de história do Brasil, que não era pajé, mas era marinheiro, o Almirante Tamandaré. Ele foi um herói de guerra da época do Império, quando íamos às armas e às batalhas sangrentas interior adentro, nas fronteiras e litoral brasileiro, a fim de manter a integridada nacional e impedir invasões estrangeiras. Esse gaúcho de São José do Norte nasceu no dia 13 de dezembro de 1807, data que agora é comemorada como o dia do Marinheiro.

             Eu não esqueço mais: 13 dezembro=nascimento do Almirante Tamandaré=dia do Marinheiro. 

tamandare

              Pois ele ganhou o seu primeiro título nobre de Barão, depois Visconde e por fim, Marquês de Tamandaré, após passar por estas bandas em 1852 junto com o Imperador D. Pedro II.

 

               Seu nome era Joaquim Marques Lisboa e era o motorista, digo, piloto do navio do Imperador. Seu irmão havia falecido num combate marítimo aqui nesta praia e seu corpo estava enterrado no vilarejo – ele pediu ao Imperador para levar os restos mortais do irmão de volta com ele, gesto que impressionou o patrão que mais tarde o promoveu a Barão  de Tamandaré, em referência ao local onde tudo aconteceu, legal né?

tamandare
tamandare
tamandare forte
tamandare forte
tamandare forte

infelizmente, ruínas de verdade mesmo, patrimônio histórico-cultural do Brasil,
esquecido e maltratado - e enquanto isto, no Congresso..

tamandare forte

Praia de Tamandaré - Chegando ao paraíso.

(12º ao 14º dia viajando)

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