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Tailândia|Camboja|fronteira
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Siem Reap, Camboja, 5 de novembro 2013.

 

 

06:30h.

 

             O alarme do celular tocou, já é dia claro lá fora – mas o quarto está bem escurinho e com o ar-condicionado ligado, dá vontade de ficar enrolando na cama. Depois do banho e da barba feita, fui tomar o café do hostel (aqueles ovos foram fritos com muito óleo) e infelizmente o pão não é a famosa ‘bagueti’ do Vietnam, é um pão-de-forma normalzinho, sem gosto, que acabou de sair da torradeira. Subo pro quarto, arrumo o que falta da minha mochila e acordo Emili e Pedrinho para o "breakfast" estilo americano, enquanto dou um geral no quarto pra ver se não estamos esquecendo nada.

 

                 A “tuc-tuc” ia passar às 9 da matina para nos levar até um “ponto de ônibus” em algum lugar da cidade e de lá, seguirmos para a fronteira com a Tailândia.

 

              Quase 10 horas e nada. Pedrinho está ansioso; fica dizendo a toda hora que aconteceu alguma coisa e repete a todo momento: “eles não virão buscar a gente, pápa?”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                Quando começo a pensar num plano alternativo, uma van entra no pátio. Era eles e embarcamos – dentro, um casal de cambojanos, um chinês e um cara ocidental de poucas palavras – dei um “olá!” e um “hi!”, mas ninguém responde – sempre cumprimento primeiro em portunhol (português + espanhol) pra depois falar o famoso “Hi”(rai) no internacional inglês.  

 

               Estamos  acostumados à frieza (que beira a falta de educação) de muitos turistas, principalmente em locais onde somos poucos, perdidos na multidão de russos, mongóis ou coreanos – a coisa mais natural seria, ao encontrar um da sua “espécie” (mochileirus ocidentalis, digamos), vc cumprimentá-lo, mas cansei de dizer Olá - seja nas ruas de Seul, nas paradas da Transiberiana ou na capital da Mongólia, Ulan Bator – locais onde não é muito normal vc encontrá-los; porém, existe uma ‘frescura’ ou ‘falta de gentileza’ generalizada, pois 99% não respondem aos nossos acenos de cabeça, olhares e sorrisos. Desisto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                Pois dentro da van, seguimos em silêncio até os primeiros 15 minutos, quando percebi que não estávamos indo pegar nenhum ônibus e sim, indo direto para a fronteira, e comentei isso com a Emili. Foram duas horas de estrada mais-ou-menos até chegarmos na borda dos países. Os cambojanos desceram antes.

 

                Desembarcamos   e seguimos para um guichê onde policiais cambojanos nos aguardavam para dar o carimbo de saída nos passaportes. Feito isso, nosso guia/motorista nos indicou por onde seguir para pegarmos o visto tailandês – ele ficaria por ali, pois sua missão era nos trazer até aquele ponto para depois alguém nos receber do outro lado e embarcarmos em outro “transporte” seguindo para a capital tailandesa, Bangkok.

 

               Começamos a andar no meio de um monte de carros, motocicletas e pessoas – tinha restaurante, um casino (?) e um hotel tudo amontoado bem ali, na fronteira, aquilo cheirava a “esquemas” para alguém ganhar/perder dinheiro.

 

              Na confusão, entrei no primeiro lugar onde vi escrito “passaport control” e logo na entrada, recebo 3 papéis para preencher. Faço-o rapidamente, enquanto Emili e Pedrinho tomam conta das mochilas e entrego para os oficiais que já estão esperando de pé, ao lado: olham os formulários e me perguntam sobre o dinheiro (?) – eu respondo que brasileiro não precisa pagar o visto... então o cara fica bravo e me pede novamente o dinheiro do visto – daí começo a ficar nervoso, achando que estou sendo vítima de extorsão e repito o que havia falado; a conversa de bêbado termina quando descubro que ainda estou no lado cambojano... estávamos tentando entrar novamente no mesmo país de onde havíamos acabado de sair... Peço desculpas e saímos em direção a fronteira ‘de verdade’ que estava um pouco a frente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                            (eu preenchendo os papéis para entrar de novo no Camboja)

 

          Uma fila enorme nos esperava – muitos turistas entrando! Alguns indo para a capital, outros para uma praia ali perto.

          Com o visto no passaporte (de graça), seguimos andando até que encontramos outro bando de mochileiros na calçada, alguns metros já dentro do novo país, esperando alguma coisa – descubro que somos os últimos da fila para o próximo “transporte”  pra longe dali.

 

           O sol estava “fritando”, não tínhamos almoçado e no estômago, apenas o café da manhã que, no meu caso, foi às 7 da matina. Por duas vezes, nós e outros colocamos as mochilas em “transportes” errados e tivemos que tirar. Essa confusão só aumentava o cansaço físico e mental. O transporte era um “caminhãozinho” com a carroceria aberta, onde cabiam uns 10 mochileiros apertados e de pé. Torci para que o nosso não fosse assim...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                ( Somente às 14 horas, 2 horas depois de chegarmos, conseguimos sair dali em direção à Bangkok. Já não tinha quase niguém mais na fila)

 

             Fomos de van (ainda bem); mochilas amontoadas na frente e um motorista que dirigiu até às 18 hs (com 30 minutos de parada para abastecer/banheiro/lanche) na velocidade máxima e não foi ultrapassado por ninguém! Meus olhos foram arregalados até o final, não consegui nem cochilar... enquanto todos roncavam lá dentro, inclusive Pedrinho, que estava grudado no meu braço e se comportou a viagem inteira – para nossa surpresa, pois foi “trash” a viagem.  

 

         Estrada boa para regular, com a mão invertida, estilo Inglaterra – de quebra, quando entramos na zona metropolitana, pegamos um engarrafamento tremendo.  

 

      Finalmente, 19:30 hs paramos perto da famosa rua Kaosan Road, a meca dos mochileiros em Bangkok. Nossa guesthouse ficava perto dali mas fomos de táxi que dos 8 dólares pedido, ficou com 2 USD oferecidos.

    Foram assim, 13 horas  de “missão” para sair de um país e chegar a outro por via terrestre, das quais 11 foram de hotel a hotel. Cansativo.

   

              Hoje completamos 256 dias de mochila e ultrapassamos a marca dos 20.000 km percorridos. Como falo, acho que na volta vamos precisar tirar “férias” das “férias”, hehehe.

 

Abraços da Família de Mochila

FDM

 

Siem Reap, Camboja -

Cruzando a fronteira com a Tailândia.

(256º dia viajando)

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