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São Petersburgo, Rússia, 16 de abril de 2013

 

 

        Passamos dos 50 dias viajando de mochila. Por enquanto, tá fácil de administrar nossa vida, com o que levamos – mas um computador para conexão com o mundo é importantíssimo (compra de passagens, dicas de locais para visitar, etc.): um MacBook Air pesa 1,08 Kg e levo na mochila sem maiores problemas.

       Pois não é que esta “vida de cigano” é legal? A falta de rotina (ou a rotina do inusitado) dá um frio na barriga de manhã cedo, quando você acorda e vai lavar a cara – no meu caso, tenho a ‘responsabilidade’ de cuidar da tropa (mãe, esposa e filho – com os extremos da escala a bordo=Pedrinho de 5 anos e Iracema com seus 81 de experiência).

         Hora pra almoçar ou lanchar, hora pra descansar, atravessar o semáforo na faixa (aqui em St Peters o tempo para o pedestre é mínimo e tenho que praticamente puxar Dona Iracema até a outra calçada). Tá com dorzinha onde, Pedro? Cuidado com o degrau, D. Iracema! Quem tá com fome?!! (normalmente sou eu...).  A atenção tem que ser constante: Emili olha Pedrinho e eu a mama.         Viajar com esta configuração exige planejamento detalhado dos próximos passos – estamos aprendendo a todo momento.

           

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

         Depois de 3 dias no Kapital, Emili e eu decidimos mudar de hotel, pois além da internet não funcionar no Kapital, o banheiro parecia mais uma câmara de gás de tão pequeno (e vazava água pelo box no banheiro inteiro), o quarto, bem apertadinho para 4 pessoas (2 ainda vai...) e existem degraus para se chegar no 1º andar (degraus=inimigos número 1 dos joelhos de D. Iracema). 

         

        Resolvemos sair para procurar um novo hotel ali por perto. Nessa busca insana, não é que Emili e eu fomos parar num prédio suspeitíssimo, daqueles centenários, da época da revolução de 1917? Ia ter muita escada pra Dona Iracema subir, mas... explico: o cara que nos levou pra ver o local parecia ter escapado de um filme do Poderoso Chefão ou do 007, bandidão/suspeito todo!

         Logo de cara, no térreo, ele foi pedir permissão pro Al Capone da área pra rodar conosco por ali - nesse momento, entrei em ALERTA AMARELO, pois o “manda-chuva” do cortiço tinha um segurança do seu lado, que se levantou e “varreu” o perímetro, nos analisando de cima a baixo. Notei que estávamos entrando numa “M#*&” (furada), mas desistir naquele momento ia causar desconfiança (tinham todos cara que estavam fazendo coisa errada) ou mostrar insegurança (já estávamos nos fundos de um daqueles prédios encaixotados) – mas tínhamos um reforço conosco=o senhorzinho dos panfletos, que nos indicou o hotel no primeiro dia (“tropa amiga”), estava nos acompanhando – confiei nele, apesar de nos comunicarmos apenas por gestos (“zero” inglês).

       No fundo, esperava que ele NÃO me mostrasse aquele famoso gesto da mãozinha esquerda fechada e a direita batendo sobre ela...

        E subimos um, dois, três, quatro andares (escada), atravessamos uma cozinha (pra onde estávamos indo?) - tinha uma faca gigante do lado de couves e alfaces – rapidamente visualizei ela nas minhas mãos “treinadas”, um verdadeiro profissional da violência, pulando do alto do prédio com Emili nas costas, caindo e escorregando num toldo e correndo pelo meio das ruas de São Petersburgo com uma quadrilha no encalço...ops! Acordei quando vi a cara da Emili me olhando, do tipo “quando vamos começar a correr? corre que eu te sigo!”.

       Continuamos andando por um labirinto de quartinhos e corredores suspeitíssimos – acabou que entramos num cubí-culo, no fim de um corredor sem saída (uma verdadeira “ratoeira”) sem janelas e insalubre com 3 beliches (putz! entrei? Ferrou! E o cara ficou na porta? ALERTA VERMELHO!).

         Nesta hora, antes que as coisas tomassem outro rumo (eu ser interrogado debaixo de porrada e Emili sodomizada – ou seria o contrário?!), eu falei calmamente que iria pensar na oferta dele (descobri que era do Cazaquistão e que cobrava um preço bem acima do normal), apertei sua mão e começamos a descer. Ele ficou rindo sem graça e sem entender e veio andando atrás de nós, sem parar de falar! Até conseguiu falar em inglês nessa hora: “My room is very cheap”! Passamos pelo repolho, pelo alface, pelo AlCapone e saímos pra rua, pro sol, que alívio!

          Será que eram traficantes de mulheres??? Escondiam emigrantes clandestinos???

         Bem, o caso é que depois de procurar com calma, achamos um lugar bem legal perto dali, com dois quartos, cada um com seu banheiro, um apartamento muito bem cuidado por uma “senhorinha” de 75 anos, muito simpática: Sra. Valentina – que hoje está toda alegre, pois vai conhecer Paris na próxima semana e está treinando seu francês, hehehe.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                       (na foto, da esquerda pra direita: D. Iracema, Sra. Valentina, Emili c/ Pedrinho e eu)

 

      Finalmente, mudamos. Casa nova! Estamos agora no Fontanka, 99, Mini-hotel,que fica na Naberezhnaya Reki Fontanki, 99, na beira do rio.  Recomendamos. Acho que foi por ali mesmo, numa daquelas pontes, que Fiódor Dostoievski pensou no seu romance “Noites Brancas” aqui em St Peters... que lugarzinho mais legal este.

 

DICA: Nossa tática nesta viagem: reservamos hotel por 3 dias no máximo e caso não gostemos (no primeiro dia já dá pra saber), vamos procurar outro nos entornos. O bairro deve ser escolhido em função do que se quer fazer – no nosso caso, procuramos perto de algumas das atrações turísticas da cidade. Ou perto de um parque, para camnhar/correr. Estamos usando o www.booking.com.

 

          Um hotel legal para um casal, foi o que encontramos na frente do Kapital, o Allegro (www.allegro-hotel.ru), que fica na MOSKOVSKY PR, 4, ST PETERSBURG - tem quartos ótimos (mas não tinha vaga pra gente).  O email é 

MSK@ALLEGRO-HOTEL.RU

          Fica a dica!

 

 

          Abraços da Família de Mochila!

          FDM

São Petersburgo|Rússia|família de mochila
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São Petersburgo, Rússia - Encontro com  a máfia.

(50º ao 53º dia viajando)

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