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Phnom Penh, Camboja, 18 de outubro de 2013

 

 

 

               E chegamos no Camboja.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            De Ho Chi Min City, antiga Saigon (Vietnã), para Phnom Penh (capital do Camboja), foram pouco mais de 5 horas: saímos do hotel às 0900 da manhã e caminhamos até onde ficam os ônibus estacionados que partem para o país ao lado.

 

              Depois de 1h e30m de viagem, chegamos na fronteira onde todos descem e fazem o “check-out” do Vietnã.  

             Entramos no ônibus novamente para, 2 minutos depois, descermos no Camboja pra fazermos o “check-in”. Isso ai demorou uns 40 minutos no total.

 

            A empresa de ônibus que utilizamos foi a SAPACO, depois de uma pesquisa na internet sobre “prós e   contras”  entre todas que fazem o percurso. Foi sem problemas.

 

               Eles cobram 25 USD pelo visto (que na verdade são 20 USD), pois toda a burocracia é com o

cobrador/ despachante do ônibus e vc tem apenas que ficar sentado esperando que as coisas se resolvam – não precisa nem preencher formulários, nada, eles fazem tudo! Como estava em família, preferimos ficar sentados vendo as coisas se resolverem. Estávamos meio “cansados”.

 

 

             Depois do visto no passaporte, foram mais 3 horas de ônibus até chegarmos em Phnom Penh, com direito a uma travessia de um rio, via ferry boat no meio do caminho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            Nós descemos antes da parada final, pois conhecemos uma chinesa que queria nos ajudar. Perguntei onde era a “rodoviária” do lugar mas como ela não sabia e pensando em nos ajudar, pediu que descêssemos no seu ponto e lá, nos colocou num tuc-tuc até o nosso hotel (3 USD). Descobrimos mais tarde que a tal rodoviária (na verdade é uma “parada” dos ônibus próximo do mercado central e do Night Market) é praticamente ao lado do hotel...dava pra ir andando, hehehe – mas valeu pela boa vontade da Jane (seu nome em inglês como nos disse).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

               Para quem vem do Vietnã, uma coisa que se nota logo que se chega no Camboja é que a maioria das pessoas na rua são do sexo masculino (nas motos, carros, tuc-tuc e bicicletas), homens, muitos deles!

 

 

          Enquanto no Vietnã são as mulheres  que mandam por lá - donas de comércio, andando pra cima e pra baixo, vendedoras de rua e negociantes natas que congestionam as calçadas – aqui no Camboja  o universo masculino domina – e são feições bem diferentes das que vimos até agora – percebe-se que é um povo sofrido, mais pobre e carente de recursos que o vizinho Vietnam, em que pese estarem sempre sorrindo.

 

 

           Ficamos numa guesthouse básica, mas um pouco “diferente”. O banheiro é minúsculo onde eu alcanço as duas paredes com os braços abertos e tenho que tomar cuidado para não bater a cabeça no teto, inclusive do quarto. Para Emili e Pedrinho estava ok. Tirando isso, era bem limpo, com ar condicionado e uma cama excelente!

        Tomamos café-da-manhã no próprio restaurante do hotel, apenas  3 dólares por pessoa. O nome é PratNa Guesthouse e fica entre as ruas 13 e 110, ótima localização (rua aqui somente na base dos números, pares e impares de acordo com a direção norte-sul ou leste-oeste e somente as principais recebem nomes).  As donas são duas irmãs de origem Koreana – nos ajudaram em tudo!

 

DICA: estamos usando a tática de reservar quartos pelo site do booking.com por uns 2 ou 3 dias e depois, se o lugar agradar, negociamos com o dono mais uns dias, porém com desconto, mais barato que o preço do site. Tem dado certo.

 

               O hotel é pertinho do rio Mekong e por coincidência, descobri que tinha ficado hospedado em 2001 num lugar do outro lado da calçada – naquela época elefantes e camelos com seus tratadores passeavam ao lado do rio e o turismo era bem fraquinho... hoje a cidade está muito mudada.

 

              Motos dominam a Ásia.  E aqui no Camboja não é diferente.  É uma loucura como elas de locomovem na cidade: parece o fluxo sanguíneo de um corpo, com os glóbulos viajando com movimentos precisos, sem causar problemas com o do lado, indo pra onde tem que ir, cumprindo cada um a sua missão – assim são as motos por aqui, não tem como não se impressionar nos primeiros dias: são como os carros de São Paulo num dia de trânsito caótico de sexta-feira saída de feriadão – estas são as motos do Vietnã e do Camboja... diariamente.

 

            Phnom Penh já foi conhecida como a “pérola da Ásia” na década de 1920, devido à colonização francesa.   Vimos num restaurante, fotos antigas em preto e branco da cidade naquela época, parecia bem bonita – mas hoje, com pouco mais de 2 milhões de habitantes, está bem judiada: guerras e genocídio contam a história recente do país e vc tem que estar por dentro do que rolou por aqui no fim da década de 1970 para entender o sorriso constante no rosto do cambojano: não existe outra alternativa para seus semblantes, além de demonstrar alegria no sorriso diário – acho que já choraram e enrugaram as faces o suficiente para esta encarnação.

 

 

              Um resuminho para introduzir o país:

 

- 3.000 anos A.C. os primeiros produtores de arroz do norte, chegaram na área.

 

- 500 anos A. C. o ferro já era utilizado por ali.

 

- 400 anos A. C. já começam relações comerciais com a Índia.

 

- 800 anos D. C. inicia-se o próspero Império de Khmer. A cidade de Angkor era a capital e a maior cidade pré-industrial do mundo na época.

 

- 1300 anos D. C. monges do Sri Lanka introduzem o Budismo Theravada no sudeste asiático “ilhando”o Hinduísmo e o Budismo Mahayana na cidade de Angkor, onde existia o templo principal, o Angkor Wat, o maior e mais conhecido da época.

 

- 1432, o Império declina, cai e Angkor é abandonada. Vizinhos aguerridos (guerras sucessivas com Vietnam e Tailândia) e problemas com o sistema de irrigação das plantações de arroz foram as principais causas da queda.

 

- 1863 a 1953 o Camboja passou e ser protetorado da França, que ajudou o Rei Norodon a se proteger das invasões tailandesas. Era a Indochina Francesa.

 

- 1953 é a independência do país.

 

- 1955 a 1966 o partido do Rei Sihanouk sofre pressão dos partidos comunistas e em 1960, assume a liderança do partido comunista no Camboja um camarada que vai dar o que falar mais tarde, chamado Saloth Sar (grave este nome).

 

- 1970 o Rei estava viajando e dão um golpe de estado, assumindo o poder o seu primeiro-ministro, um General, mas que não conseguiu segurar a onda de protestos dos comunistas que em 1974, já com o nome de KHMER VERMELHO, começaram uma lambança no país, matando/exterminando quem era contrário ao regime ou quem era do regime deposto (militares, funcionários, policiais e toda a sua família para evitar vinganças futuras) – nessa época o Camboja foi “liberado” também para servir de refúgio aos comunistas do Vietnam do Norte e aos guerrilheiros (também comunas) do Vietnam do Sul, durante a guerra contra os EUA.

 

- 1975 o Khmer Vermelho entra em Phnom Penh, esvaziando a capital e levando todos para os campos (de extermínio e de cultivo de arroz) próximos da capital – muitos eram  mortos e outros enviados para o “centros de reeducação” nos campos de trabalhos forçados. Escolas, bancos e hospitais fechados, dinheiro abolido. Hoje é considerado o regime mais letal do século XX.

 

- 1976, é a vez do extermínio dos intelectualizados e educados (professores e assemelhados) ou simplesmente quem usasse óculos. Mais de 90% da classe artística foi morta no país. O tal de Saloth Sar  que ficou conhecido como Pol Pot, defendia uma sociedade 100% agrária; pagodas, teatros e museus viraram chiqueiros; nos campos de trabalho forçado, o dia começava às 4 da matina e ia até às 10 da noite e recebiam apenas uma xícara de arroz a cada 2 dias – muitos morreram de fome e doença.

 

- entre 1977 e 1978 acontecem mais execuções, agora entre os próprios partidários (loucura total).

 

- totalizando entre 1976 a 1979, foram executados ou morreram em virtude das atrocidades cometidas, de 2 a 3 milhões de pessoas no país, muitas por golpes de baionetas ou crânios quebrados, para poupar munição.

- tudo orquestrado pelo líder maoísta Saloth Sar, ou POL POT, que insistia numa sociedade comunista puramente agrária.

 

- em 1979 o Vietnam invade, assume o país e acaba com o banho de sangue; o país assume a linha marxista-leninista do Vietnam e retoma a vida “normal” (em termos, pois a opressão de um regime comunisa continua: sistema coletivista e economia planificada).

 

- julho de 1997 POL POT reaparece e recebe a pena de prisão perpétua em sua casa, algemado a uma coluna (?).

 

- 1998 morre na selva, onde seu corpo foi cremado, escondido das forças do governo.

 

- em 2000 seus companheiros do ex-khmer vermelho são julgados por crimes contra a humanidade em um tribunal da ONU.  Tem gente presa até hoje aqui no país.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

              Bem, com este resumo das história do país, lá fomos nós encarar as ruas da cidade.
              Abraços da família de mochila!
              FDM

 

 

 

 

Phnom Penh, Camboja – A "pérola da Ásia".

(236º ao 238º dia viajando)

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Phnom Penh|Vietnam|Sudeste Ásia
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